Depois de mais de 26 horas, terminou com sucesso o oitavo transplante de fígado realizado no Acre, na madrugada deste domingo, 19. O órgão foi doado por uma família de Mato Grosso do Sul e transportado em avião fretado pelo governo do Estado para Rio Branco. O paciente que recebeu a doação tem 51 anos, está bem e em recuperação pós-operatória na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco após transporte realizado pela Brasil Vida.
Todo o trabalho para realização do transplante começou na noite de sexta-feira, 17, quando a Central Nacional de Transplantes informou à Central de Transplantes do Acre sobre a disponibilidade de um órgão em Campo Grande (MS) compatível com um paciente de Rio Branco. A partir desse momento, uma série de ações é desencadeada. O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), autoriza o fretamento da aeronave para transportar o órgão.
De São Paulo, médicos que compõem a equipe de transplantes do Acre pegam o primeiro voo com destino a Rio Branco. Enquanto isso, outro médico, também do estado paulista, segue para Campo Grande para fazer a retirada do órgão doado. No sábado, 18, o paciente receptor do órgão já está internado no HC, em preparação para o procedimento cirúrgico. Às 20 horas, pousa o avião com o órgão e parte da equipe médica. Com paciente e equipe médica preparados no centro cirúrgico, o transplante começa por volta de 21 horas e termina, com sucesso, a uma hora da madrugada de domingo, 19.
Em vigília, estavam familiares do paciente receptor, na sala de espera do centro cirúrgico do HC. “Há oito anos, meu marido descobriu que estava com hepatite C. Fez todo o tratamento aqui no Acre, tudo pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. Até que a doença agravou para uma cirrose, o que o colocou na fila de espera por um transplante”, conta a esposa do paciente receptor, Ana Cláudia Ferraz.
Por ser o transplante de fígado um procedimento cirúrgico de alta complexidade, todos os pacientes ficam, em média, cinco dias internados na UTI, em recuperação. Depois, vão para leitos normais até receberem alta médica. Mesmo de alta, eles continuam o tratamento com medicamentos para evitar a rejeição do órgão, por exemplo, ofertados gratuitamente pelo SUS. O Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do HC é o setor que acompanha os pacientes, onde fazem consultas rotineiras com os médicos especialistas em transplantes.
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